quinta-feira, 14 de abril de 2011

não há nada de bonito em sorrisos falsos.



Não há nada de bonito em sorrisos falsos. Excepto, talvez, a sensação de que tudo está bem. Quando sorris e não és tu quem está a sorrir, ninguém parece conseguir desvendar a verdade triste que escondes dentro dos teus olhos, por isso é que quando alguém descobre e te acaricia os cabelos perguntando-te muito lentamente se tudo está bem, tu te vais desmanchar em lágrimas. Descobrir um sorriso falso é mais difícil do que descobrir um tesouro perdido no qual nunca ninguém se lembrou de assinalar um x. Porque te escondes? Porque te cobres com tantas máscaras? Eu sei. Alguém te magoou muito. Não importa se foi há muito ou há pouco tempo, a dor parece sempre recente. Ficas a ver televisão até tarde porque acreditas que se não dormires, se não te deitares, não haverá amanhã. Ou então, podes passar o amanhã a dormir. Desligas as luzes e tudo parece voltar. As lágrimas, as músicas que cantaste para te embalares a ti própria. Nunca pedes ajuda, pois não? Não. Achas que nunca se deve chorar à frente das pessoas porque, se o fizeres, elas irão fazer-te perguntas e na verdade, bem, tu não tens respostas para essas perguntas. Ontem escreveste no teu pequeno caderno que levas para todo o lado: when you get to know me, you’ll see: i have more questions than answers. E sabes que talvez, o verdadeiro problema é esse: teres medo que nunca ninguém te saiba responder a essas perguntas, ou pior: que nunca ninguém as queira ouvir. Sozinhos nem sempre conseguimos fazer tudo, sabes? Por isso te digo que precisamos sempre de alguém. Nem que seja só uma outra pessoa, pelo menos uma. Uma é suficiente. Às vezes numa única pessoa encontras aquilo que nunca encontrarias em mil. Acredito que todos temos direito a uma pessoa só para nós. Tu pensas que isso é egoísmo e talvez seja. Mas temos de lutar por nós. Desliga as luzes e vai-te deitar mais cedo. Pensa no que eu te disse: luta por ti. Eu sei que consegues. Eu sei que tu consegues. 

2 comentários:

  1. não tem problema, anna. este post foi um daqueles que lês na altura certa, sabes? quando precisas de determinadas palavras e as encontras num simples blog. obrigada por isso.

    e sim, está tudo bem, pelo menos o máximo que posso fazer com que esteja. e contigo?

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  2. uau. este texto está tão bonito e isto é tão verdade.

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