terça-feira, 8 de maio de 2012

Avô, que já não estás aqui.

talvez nunca chegue a aprender
a escrever poemas
sobre
o antes
e o depois,
os sorrisos
e as metástases.

talvez nunca chegue a aprender
a lidar com a morte.
o caixão,
tu a parecer que ainda estás a 
sorrir,
o terço nas tuas mãos –
tu que não acreditavas em deus.

nunca quero esquecer:
as mãos de todos nós na igreja,
as lágrimas a romperem.

nunca quero esquecer:
a viagem até ao local da cremação
as espreitadelas para trás:
a urna.
o avô.
morto.


talvez esta dor nunca acabe porque
terei sempre saudades tuas.
mas, 
um dia serei capaz
de contar aos meus filhos,
ao meu marido,
aos meus amigos,
as nossas histórias.
um sorriso nos lábios, a eterna lembrança.

gosto de ti,
avô,
que já não estás aqui.

6 comentários:

  1. Anna, estou a passar por exactamente tudo o que descreveste aqui por causa da morte da minha avó. Tu compreendes-me sempre, mesmo sem saberes. Força <3

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  2. Que lindoo *-* Fiquei emocionada ao ler este poema :) Escreves muito bem! Tenho saudades de falarmos no tumblr :(

    Beijinho <3

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  3. já convidei, querida ana.
    oh, porque achas que morreriam logo? as minhas já começaram a crescer! (umas delas, pelo menos.)

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  4. muito obrigada. o livro é mesmo, mesmo perfection :) xx

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Penso que não :c
    Não tens nenhuma conta no sapo?

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