domingo, 23 de janeiro de 2011

Tia Margarida.

Tia, hoje vou escrever para ti. Vou escrever para ti enquanto olho para nós tão pequenas ali em cima, enquanto olho para as nossas mãos dadas e para os nossos sorrisos. Consegues ver o quanto eu cresci, tia? Eu olho e vejo. Também consegues ver o quanto tu cresceste, não consegues? Vês o tempo que passou? Não faças tantas perguntas, ana - quase que te consigo ouvir. Não que digas isto muitas vezes; não que me lembre de alguma vez em especial em que o disseste, mas porque te quero ouvir dizer isso. Porque neste momento eu oiço a tua voz dentro de mim a dizer-me isso. Vou confessar-te: gosto muito quando me dás as mãos para atravessar a rua ou quando me abraças com muita força e  me chamas meu amor e meu anjo. Por isso te peço: nunca deixes de o fazer. Nunca deixes de me dar a mão, tia. Eu falo muito de ti, com toda a gente. Vê-se o orgulho nos meus olhos quando o faço. E sim, eu sei que às vezes até nos chateamos e nos irritamos uma à outra mas isso acontece em todas as relações. Somos todos humanos, não é? Tenho muito orgulho em ti. Falo muito de ti com o Pedro, digo-lhe que pode haver alguns pormenores em ti que posso não gostar muito mas, a maneira como me abraças quando saio de um comboio com a força com que gostas de mim, a maneira como dizes que eu estou linda e como me dás beijinhos e me deixas ir para as tuas cavalitas, a maneira como cantas comigo na rua e me apertas a mão e falas comigo e, numa noite te conto a minha vida toda e mais mil milhões de coisas que não se conseguem dizer por palavras, faz-me gostar de ti, sempre mais, sem parar. é muito importante para mim esta cumplicidade entre nós. é muito importante para mim saber que posso falar contigo sobre tudo. é muito importante para mim saber que posso contar sempre contigo. E posso ser, até, um pouco cliché? Tia, eu sei que por mais voltas que o mundo dê tu me irás amar sempre. Diz-me agora: todas estas coisas são também importantes para ti? Podemos passar algum tempo longe da outra mas quando estamos juntas vês como tudo é fácil? Também sentes a nossa cumplicidade? E vá lá, tia. Arranja um tempinho e responde-me a estas perguntas todas. Gostava de te ver escrever para mim. Quando se escreve conseguem-se dizer muitas mais palavras do que quando se fala, sabias? E olha, tia: eu amo-te muito. Eu amo-te. E sabes? Às vezes sinto-te como uma irmã mais velha. 

5 comentários:

  1. eu estou a gostar, até agora, também vi umas quotes e parece-me lindo. não te posso é contar muito querida, ainda vou muito no início, e tudo o que sei agora é que é um rapaz que vai para a universidade (aquelas com dormitórios e tudo), e ele conhece a alaska e desde o início a acha muito bonita e blabla. é só mesmo isso que te posso dizer até agora, comecei a ler há muito pouco tempo!

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  2. oh, é lindo, só pelas quotes que já vi percebe-se isso. ainda só vou assim no início e já acho que foi dinheiro mesmo muito bem gasto!

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  3. sim, querida, acho que não há em português, sequer :)

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  4. aww! e eu já acabei de ler o memorial do convento e já posso mergulhar no livro quando quiser. vais ver que vais gostar, anna!

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