os teus olhos parados em mim. havia uma multidão, mas os teus olhos estavam parados em mim. as tuas palavras aqueciam os milhões de invernos frios que por mim passavam e ficavam, como se já fossem parte da mobília da velha casa onde sempre vivi. acordar e ver o mesmo: todos os dias, todas as tardes, todas as noites. havia uma multidão, mas tu sorrias para mim. os meus invernos eram agora, algo distante, algo muito distante. no momento em que os teus olhos paravam em mim tudo o resto ia, aos poucos, desaparecendo. e de repente, quem sabe, já era agosto. e tu disseste: agosto. como quem lê corações quebrados e sorrisos envergonhados. há pessoas que nos dizem tanto, e no entanto, tu só poisaste os teus olhos em mim. talvez para ti tenha sido o mesmo e se eu não fosse assim, se eu não precisasse sempre de palavras como quem precisa de almofada para dormir, talvez para mim fosse o mesmo. mas agora que já sabes tanto, da próxima vez que nos encontrarmos, vê lá se falas e se metes na lareira mais dois ou três invernos meus.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
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lindo! meu deus. chorei.
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