às vezes gostava que vivesses ao fundo da rua e me amasses logo pela manhã. eu até podia ir comprar pão ali à padaria logo de manhã, só para ti. juro que nem me importava. e passava por tua casa para te dar um beijinho de bom dia. gostava de ser outra pessoa diferente e de já não fazer birras ou amuar por palavras sem jeito. gostava de conseguir crescer e mandar umas coisas para o lixo. gostava de acordar e de te ver. ou gostava que fosse um daqueles invernos gelados em que nem com dez camadas de camisolas estamos quentes e chegar à escola e beijar-te e ir sentar-me num banco contigo e falar dos meus sonhos. gostava que me fosses comprar um bolo ao bar porque a mim não me apetece. gostava de ir para a biblioteca contigo e ler a visão no teu colo e saber que me ias fazer festinhas no cabelo. gostava de chapinhar nas poças de água contigo. e gostava de te ir comprar um bolo ao bar, só porque estás cansado e sentar-me ao teu lado em todas as aulas e esperar por ti à porta do balneário e fazer os exercícios de educação física contigo e fazer-te rir com as minhas trapalhadas. e levar-te, de guarda-chuva, até casa. e fazer os trabalhos de casa contigo. gostava muito. eu sei que tu também gostavas. às vezes pergunto-me porque temos de viver longe um do outro, mas não encontro uma resposta válida. nenhuma delas é justificável. gostava de correr para os teus braços e saltar-te para o colo, agora mesmo. e ouvir-te dizer que nunca mais te vais embora. gostava de fugir contigo e ir viver para um apartamento pequenino e comprar-te pão logo pela manhã e fazer-te café. porque não é justo não estares aqui. gostava de perceber as coisas e de me perceber a mim. gostava de não ter de te pedir desculpas. gostava de te dar sempre o meu melhor, porque não mereces nada menos. gostava de ser mais como tu. de ser boa como tu. gostava que viesses cá amanhã. que na segunda me fosses ver à escola. gostava que não partisses. que não tivesse de fazer o caminho para casa sozinha. são só mais quatro anos não é? e quatro anos passam rápido, não passam? e passam ainda mais rápido se eu não for tão teimosa e orgulhosa e parvinha, não é? é que eu amo-te mesmo muito. mesmo que nada disto faça sentido, promete-me que o tentas encontrar. às vezes não gosto de estar bem. e gostava de te conseguir pedir desculpas em condições e justificar todas aquelas coisas. mas acho que por mais desculpas que peça vou sempre ter a sensação que não vais entender bem. zanga-te comigo às vezes. não deixes que fale mal contigo quando estou mal comigo. desliga-me o telemóvel na cara e deixa-me a pensar nas minhas atitudes. ensina-me a crescer. porque eu quero crescer ao teu lado. e amar-te pela manhã e dar-te beijinhos de bom-dia. e quero corrigir todas estas coisas que fazem com que eu seja uma casa muito boa, mas à qual falta o telhado, os móveis e as paredes. ensina-me a ser uma pessoa melhor. a gostar de mim. eu juro tentar ser melhor, por ti. e juro solenemente. porque tu mereces. e precisas.
sábado, 11 de dezembro de 2010
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