domingo, 6 de junho de 2010

tem cuidado.

tem cuidado, não partas já. deixa-me olhar-te uma vez mais. deixa-me escrever o meu nome nos teus braços e dar-te um beijo na testa. tem cuidado, há pedras por esse caminho onde vais. não corras. tem cuidado, mas não tenhas medo. o medo é sempre desnecessário; o medo sempre te atrapalhou nos teus jeitos sucessivos de me mostrares que sempre me amaras. tem cuidado, não digas logo as palavras que sempre anseias por dizer. guarda-as na caixa de pandora onde tens recortes de palavras e bilhetes de comboio. não te dês logo por inteiro, guarda tudo muito bem. antes de existir algum nós, sempre existiu um tu; por isso respeita-te, impõe-te, diz que tens medo e já é tarde, por isso vai dormir. dorme sempre e não molhes as almofadas com o mar que por vezes te corre dos olhos. vê a anatomia de grey e chora como eu, sofre por todos os que estão lá e finge que não choras pela dor que vai dentro de ti. depois salta do sofá e vai a rodopiar até à cozinha, não deixes que a chuva da dor te atrapalhe e deixa o sol do amor entrar com facilidade e sem obstáculos. prepara-te para a próxima viagem de comboio, apesar de ainda faltar um mês. e não corras, não tentes apressar o tempo, que ele, por si só já é muito apressado; e tu sabes muito bem que se o quiseres apressar ele nunca mais pára e quando dás por ti já não há mais estrada para continuar. por isso dá cada passo como se fosse o primeiro, tem cuidado com as pedras e olha para a frente. vê quem aparece e nunca vai. agarra-te aos dias cheios de ti e deixa os dias vazios pelo caminho, pode ser que alguém os apanhe e na volta ainda se apaixone por ti e te devolva esses dias vazios cheios de amor. mas não partas já, eu tenho tantas palavras para te dizer, tenho tantos conselhos e cuidados para te oferecer. fica só esta noite, senta-te ali no sofá e tem uma conversa longa comigo; fala comigo até ao amanhecer, e se depois te aparecer tarde podes sempre ficar a dormir naquela que costumava ser a tua cama. não partas já, há ainda demasiados dias vazios que ainda não preencheste com o calor do teu amor e com o sorriso dos teus olhos azuis.

12 comentários:

  1. que sorte de franja entao, a minha é uma autentica mess.
    de nada, gostei mesmo :)

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  2. olá anna :)
    oh, agradeço desde já o elogio, apesar de não achar que a beleza seja o meu forte, de todo.
    por estes lados as coisas estão sempre na mesma, como a lesma. ahah. e por aí?
    este texto está lindo. deu gosto lê-lo! :)

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  3. ai que cena. sempre me fez confusão namoros à distância. acho que não conseguia aguentar. :'s

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  4. "agarra-te aos dias cheios de ti e deixa os dias vazios pelo caminho, pode ser que alguém os apanhe e na volta ainda se apaixone por ti e te devolva esses dias vazios cheios de amor."gostei tanto!:)

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  5. não, sao uma chatice :o tens de estar sempre a esticar

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  6. é o que eu digo, esse vosso amor é mesmo bonito! aposto que vai ser um "reencontro" fofissimo :p

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  7. «não partas já, há ainda demasiados dias vazios que ainda não preencheste com o calor do teu amor»
    gostei bastante.

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  8. ele tem olhos azuis e um sorriso de alma cheia.. e também se quer ir embora de mim. dói muito, mesmo. as minhas mãos já estão suadas e doridas de o tentar agarrar com tanta força - tenho sofrido mais do que alguma vez pensei, que dias infernais pelos quais tenho passado, não tens noção!

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