sábado, 10 de abril de 2010

Meu amor,

só porque te escrevo num caderno azul às riscas, vou falar-te do mar. e esta deve ter sido das frases mais bonitas que já disse. Mas amor, talvez antes te deva desfazer algumas coisinhas que te podem baralhar. Nem eu tenho um caderno azul às riscas, nem sei falar do mar. Portanto talvez esta seja uma frase solta, sem mais fio por onde lhe possa pegar. Talvez acabe por aqui. E tu fiques aí a imaginar o começo de um romance, onde ela tem um caderno azul às riscas e passa a vida a falar-lhe no mar, e ele escreva nas mãos as palavras que sente por ela. Mas sabes, amor ? Eu tenho um caderno rosa e um caderno vermelho. Não passo a vida a falar do mar, mas sim do luar e do amor, e do sol. Tenho paixões por varandas, pela minha Lisboa-Poética, por passear em Coimbra. Gosto imenso de abraços e de mãos dadas. Gostava, a sério que sim, de te saber falar do mar, mas a única coisa que eu sei é que o mar está longe e tu também. Mas o mar fala-me de ti, durante a noite. às vezes acordo com pesadelos e vou à janela olhar a lua, lá vejo o teu reflexo e mais uma vez constato a realidade: a lua está longe, e tu estás longe. Não sei falar da lua, e não sei escrever tudo o que quero sobre ti. Ultimamente tudo o que está longe, me fala de ti. Talvez pelo simples facto de tu também estares longe. A única coisa que não está longe e me fala de ti, sou eu. Sou eu e o meu coração. E eu e o meu coração não estamos longe de mim. Nem de ti.

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